Longe das questões políticas enfrentadas pelo governo japonês, as revistas semanais populares, cuja publicação no meio da semana coincidiu com a formação do novo gabinete dirigido por Yukio Hatoyama (PLD), voltaram suas atenções para a esposa do primeiro-ministro, Miyuki Hatoyama.
A "Shukan Shincho" deu a manchete para os "fenômenos sobrenaturais" relatados pela sra. Hatoyama; a "Shukan Bunshun" citou seu primeiro marido que, pouco amistoso, disse que sua ex-esposa "adora dinheiro e fama", e a revista feminina "Josei Jishin" falou de sua iniciação no ocultismo por um xamã havaiano... O interesse da imprensa estrangeira pela esposa do primeiro-ministro deriva do surto de atenção dos jornais nipônicos.
"Eu como o Sol"
É verdade que Miyuki Hatoyama deu pano para manga, com suas declarações e intervenções em uma espécie de programa de televisão chamado "talento", onde personalidades tão excêntricas quanto superficiais relatam suas experiências. Assim ela contou que, enquanto dormia, havia sido transportada para o planeta Vênus por um extraterrestre, e que em uma vida anterior o ator Tom Cruise havia sido japonês. Ela também falou de seus "desjejuns solares". "Eu como o Sol", ela diz.
Seu editor - a sra. Hatoyama escreveu um livro intitulado "Coisas Muito Estranhas que Encontrei" - relativiza sua viagem interplanetária: "Ela simplesmente teve um sonho".
Descontraída, elegante e excêntrica, Miyuki Hatoyama e sua personalidade extrovertida rompem com a imagem convencional da esposa de um chefe de governo japonês. Por meio de seu casamento ela pertence à alta sociedade, cujos gostos ela compartilha: ela se diz "compositora na arte de viver", e adiciona a esse talento uma dimensão espiritual, mesmo quando escreve receitas de cozinha.
Essa atração pela espiritualidade pode provocar risos. Mas o Japão é um terreno fértil para uma multidão de pequenas crenças mágicas e religiosas. O culto xintoísta alimentou uma espiritualidade povoada de personagens com dons sobrenaturais, que praticam exorcismos e ritos propiciatórios. A modernização e a fragmentação de estruturas comunitárias tradicionais disseminaram um grande número de seitas e de cultos a "pequenos deuses".
Os japoneses que se dizem sensíveis "às ondas" ou que consultam adivinhos e astrólogos não são raros. Mas é pouco comum uma mulher da idade (70 anos) e da classe social de Miyuki Hatoyama relatar suas "aventuras" extraterrestres.
Marcada pela excentricidade, sua vida é livre de certas convenções: ela conheceu Yukio, quatro anos mais jovem do que ela, na Califórnia, quando ele era estudante na Universidade de Stanford e ela era casada com o dono de um restaurante japonês. Antes disso, foi atriz na trupe teatral de Takarazuka, onde todos os papeis são interpretados por mulheres.
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2009/09/20/ult580u3941.jhtm
A "Shukan Shincho" deu a manchete para os "fenômenos sobrenaturais" relatados pela sra. Hatoyama; a "Shukan Bunshun" citou seu primeiro marido que, pouco amistoso, disse que sua ex-esposa "adora dinheiro e fama", e a revista feminina "Josei Jishin" falou de sua iniciação no ocultismo por um xamã havaiano... O interesse da imprensa estrangeira pela esposa do primeiro-ministro deriva do surto de atenção dos jornais nipônicos.
"Eu como o Sol"
É verdade que Miyuki Hatoyama deu pano para manga, com suas declarações e intervenções em uma espécie de programa de televisão chamado "talento", onde personalidades tão excêntricas quanto superficiais relatam suas experiências. Assim ela contou que, enquanto dormia, havia sido transportada para o planeta Vênus por um extraterrestre, e que em uma vida anterior o ator Tom Cruise havia sido japonês. Ela também falou de seus "desjejuns solares". "Eu como o Sol", ela diz.
Seu editor - a sra. Hatoyama escreveu um livro intitulado "Coisas Muito Estranhas que Encontrei" - relativiza sua viagem interplanetária: "Ela simplesmente teve um sonho".
Descontraída, elegante e excêntrica, Miyuki Hatoyama e sua personalidade extrovertida rompem com a imagem convencional da esposa de um chefe de governo japonês. Por meio de seu casamento ela pertence à alta sociedade, cujos gostos ela compartilha: ela se diz "compositora na arte de viver", e adiciona a esse talento uma dimensão espiritual, mesmo quando escreve receitas de cozinha.
Essa atração pela espiritualidade pode provocar risos. Mas o Japão é um terreno fértil para uma multidão de pequenas crenças mágicas e religiosas. O culto xintoísta alimentou uma espiritualidade povoada de personagens com dons sobrenaturais, que praticam exorcismos e ritos propiciatórios. A modernização e a fragmentação de estruturas comunitárias tradicionais disseminaram um grande número de seitas e de cultos a "pequenos deuses".
Os japoneses que se dizem sensíveis "às ondas" ou que consultam adivinhos e astrólogos não são raros. Mas é pouco comum uma mulher da idade (70 anos) e da classe social de Miyuki Hatoyama relatar suas "aventuras" extraterrestres.
Marcada pela excentricidade, sua vida é livre de certas convenções: ela conheceu Yukio, quatro anos mais jovem do que ela, na Califórnia, quando ele era estudante na Universidade de Stanford e ela era casada com o dono de um restaurante japonês. Antes disso, foi atriz na trupe teatral de Takarazuka, onde todos os papeis são interpretados por mulheres.
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2009/09/20/ult580u3941.jhtm