14/7/2009
Vai ser um verão quente
Em meu último comentário do mercado, eu escrevi sobre a fracassada tentativa de se criar uma “recuperação” através da propaganda. Mas a realidade é mais forte e a bancarrota da economia real não se deixa mais esconder. Entrementes é noticiado na mídia que os bancos estão ameaçados de uma nova onde de escassez de crédito, desta vez no mercado interno pelas falências das empresas. A insolvência da Arcandor ou GM serve aqui somente como exemplo.
Apesar disso, a política tenta salvar tudo, à medida que ela financia a impressão do novo catálogo de produtos de uma firma falida (Arcandor), embora o faturamento tenha despencado para a metade. Na Alemanha, a política também quer que o Bundesbank conceda crédito diretamente às empresas, embora ele não tenha sido preparado para isso. O desespero fica latente.
Então aparece, a 7 de julho no “Süddeutschen”, um artigo sobre “a noite em que o assunto foi os bancos da Alemanha”. Lá está detalhado o primeiro salvamento do Hypo Real State em um final de semana em setembro de 2008. Falta esta frase: “Senão não sobrará nenhum banco alemão na segunda-feira”. Com isso os banqueiros chantagearam a política alemã pela primeira vez por uma garantia estatal.
Por que essas coisas aparecem de repente em nossas mídias? Um leitor de hartgeld.com está seguindo os rastros: “Do lado dos políticos não apareceu qualquer protesto contra a divulgação do tema. Há alguns dias, o BCE (Banco Central europeu) deu 400 bilhões por um ano aos bancos europeus, atual mais um extraordinário refinanciamento, ilimitado por meio ano: bombeia-se com uma ilimitada liquidez para dentro do sistema, ao mesmo tempo aparece a dramática notícia sobre o “salvamento sem alternativa”. Nós não deveríamos aqui somar uma mais um? Está claro que algo dramático está em curso, a notícia é a legitimação para as futuras manobras. Deve-se retirar do armário o bote salva-vidas e deixá-lo de prontidão. É a última chance para comprar metais preciosos. Também é interessante quando comparamos a curva de desenvolvimento da prata em agosto e setembro do último ano com a de junho e julho deste ano: uma forte venda por seis semanas antes do colapso bancário. E hoje novamente...
Pode-se supor que a opinião pública esteja sendo preparada para o caso em que aconteça novamente: a última vez “funcionou tão bem, nós lhes salvamos. Confie em nós novamente...” Este motivo deve se esconder atrás desta publicação. Ao contrário os traidores seriam caçados.
Apareceu o “GEAB nº 36” e ele parte do pressuposto que, no verão, três tsunamis atingirão nosso sistema econômico. Principal desconforto será que estes tsunamis não virão um após o outro, mas sim possivelmente ao mesmo tempo. Um maldito verão quente parece estar garantido com isso (verão europeu, ou seja, agora!). Os três tsunami são descritos no “GEAB” como primeiramente o desemprego em massa, em segundo a insolvência com efeito dominó e em terceiro lugar a agonia do dólar, dos títulos do tesouro norte-americano, da libra britânica e o retorno da inflação.
O “GEAB” esquece do Euro, mas ele não estará melhor. A última edição do “Privateer” de Bill Buckler dá logo um “alerta global”, especialmente por causa da injeção ilimitada de dinheiro por parte do BCE. E a AIG necessita ainda 193 bilhões de dólares, provavelmente para pagamentos dos Credit Default Swaps (CDS) dos títulos vencidos, como aqueles da GM.
Como é típico dos últimos dois anos de crise, no verão vem a próxima rodada da crise. 2008 tivemos a falência do Lehman e o salvamento de Fannie & Freddie. A 18 de setembro de 2008, o sistema financeiro dos EUA quase entrou em colapso, o preço do ouro disparou uns 100 dólares em minutos. Desta vez a surpresa vem da Europa? Ela não pode manter seu naufragado sistema titânico indefinidamente. Para os botes salva-vidas! Estes estão ainda baratos e novamente disponíveis.
Walter Eichelburg, engenheiro.
O autor do artigo não é um consultor financeiro, mas sim um investidor em Viena - NR.
Este artigo apareceu na revista ef-online, de 11 de julho de 2009.
Vai ser um verão quente
Em meu último comentário do mercado, eu escrevi sobre a fracassada tentativa de se criar uma “recuperação” através da propaganda. Mas a realidade é mais forte e a bancarrota da economia real não se deixa mais esconder. Entrementes é noticiado na mídia que os bancos estão ameaçados de uma nova onde de escassez de crédito, desta vez no mercado interno pelas falências das empresas. A insolvência da Arcandor ou GM serve aqui somente como exemplo.
Apesar disso, a política tenta salvar tudo, à medida que ela financia a impressão do novo catálogo de produtos de uma firma falida (Arcandor), embora o faturamento tenha despencado para a metade. Na Alemanha, a política também quer que o Bundesbank conceda crédito diretamente às empresas, embora ele não tenha sido preparado para isso. O desespero fica latente.
Então aparece, a 7 de julho no “Süddeutschen”, um artigo sobre “a noite em que o assunto foi os bancos da Alemanha”. Lá está detalhado o primeiro salvamento do Hypo Real State em um final de semana em setembro de 2008. Falta esta frase: “Senão não sobrará nenhum banco alemão na segunda-feira”. Com isso os banqueiros chantagearam a política alemã pela primeira vez por uma garantia estatal.
Por que essas coisas aparecem de repente em nossas mídias? Um leitor de hartgeld.com está seguindo os rastros: “Do lado dos políticos não apareceu qualquer protesto contra a divulgação do tema. Há alguns dias, o BCE (Banco Central europeu) deu 400 bilhões por um ano aos bancos europeus, atual mais um extraordinário refinanciamento, ilimitado por meio ano: bombeia-se com uma ilimitada liquidez para dentro do sistema, ao mesmo tempo aparece a dramática notícia sobre o “salvamento sem alternativa”. Nós não deveríamos aqui somar uma mais um? Está claro que algo dramático está em curso, a notícia é a legitimação para as futuras manobras. Deve-se retirar do armário o bote salva-vidas e deixá-lo de prontidão. É a última chance para comprar metais preciosos. Também é interessante quando comparamos a curva de desenvolvimento da prata em agosto e setembro do último ano com a de junho e julho deste ano: uma forte venda por seis semanas antes do colapso bancário. E hoje novamente...
Pode-se supor que a opinião pública esteja sendo preparada para o caso em que aconteça novamente: a última vez “funcionou tão bem, nós lhes salvamos. Confie em nós novamente...” Este motivo deve se esconder atrás desta publicação. Ao contrário os traidores seriam caçados.
Apareceu o “GEAB nº 36” e ele parte do pressuposto que, no verão, três tsunamis atingirão nosso sistema econômico. Principal desconforto será que estes tsunamis não virão um após o outro, mas sim possivelmente ao mesmo tempo. Um maldito verão quente parece estar garantido com isso (verão europeu, ou seja, agora!). Os três tsunami são descritos no “GEAB” como primeiramente o desemprego em massa, em segundo a insolvência com efeito dominó e em terceiro lugar a agonia do dólar, dos títulos do tesouro norte-americano, da libra britânica e o retorno da inflação.
O “GEAB” esquece do Euro, mas ele não estará melhor. A última edição do “Privateer” de Bill Buckler dá logo um “alerta global”, especialmente por causa da injeção ilimitada de dinheiro por parte do BCE. E a AIG necessita ainda 193 bilhões de dólares, provavelmente para pagamentos dos Credit Default Swaps (CDS) dos títulos vencidos, como aqueles da GM.
Como é típico dos últimos dois anos de crise, no verão vem a próxima rodada da crise. 2008 tivemos a falência do Lehman e o salvamento de Fannie & Freddie. A 18 de setembro de 2008, o sistema financeiro dos EUA quase entrou em colapso, o preço do ouro disparou uns 100 dólares em minutos. Desta vez a surpresa vem da Europa? Ela não pode manter seu naufragado sistema titânico indefinidamente. Para os botes salva-vidas! Estes estão ainda baratos e novamente disponíveis.
Walter Eichelburg, engenheiro.
O autor do artigo não é um consultor financeiro, mas sim um investidor em Viena - NR.
Este artigo apareceu na revista ef-online, de 11 de julho de 2009.