Nisan é o japonês quase careca, de 37 anos de idade, que você vê na foto ao lado. Essa almofada com o desenho de uma mulher em suas mãos tem um nome, chama-se Nemu e é um personagem de um famoso game local. Nisan decidiu apelidá-la de Nemutan - o sufixo tan denota carinho. É algo como “Nemu-querida”, ou “Nemu-amorzinho”. Nisan leva Nemutan para onde vai: restaurantes e karaokês. Viajam e tiram fotos juntos. Ele tem sete fronhas iguais para deixar Nemutan sempre limpa, cheirosa e linda. Nisan conta que conheceu Nemutan em uma convenção de revistas em quadrinhos em Tóquio e ficou encantado com os olhos da menina. Quando tirou sua carta de motorista, Nisan decidiu levar Nemutan para a praia. Foi assim que começou o namoro entre o casal – um homem e uma almofada. “Experimentei coisas maravilhosas por causa dela”, disse Nisan ao The New York Times, segurando as pernas da moça com carinho. ” Ela mudou a minha vida”.
Nemutan é uma garota de dez ou doze anos. Uma ficção. Nisan sabe que ela não é real. Mas fica chocado quando a repórter questiona a natureza da relação. “Tenho sentimentos reais por ela”.
Você leu certo. Nisan é namorado de Nemu, uma almofada vestida com uma fronha com um personagem fictício. Nisan faz parte de um grupo crescente de adultos urbanos japoneses que nutre relações por esses travesseiros. O fenômeno começou a ser chamado de amor em “2D” (duas dimensões). É composto por adultos comuns, profissionais responsáveis, muitas vezes casados e seus travesseiros vestidos de personagens de mangás ou games famosos. Alguns fazem sexo com seus namorados virtuais.
Para os estudiosos do assunto, o amor em duas dimensões é um reflexo da dificuldade que os japoneses adultos têm de se relacionar hoje. Segundo uma pesquisa do governo, um quarto dos homens e mulheres entre 30 e 34 anos são virgens. Metade dos homens e mulheres não têm amigos do sexo oposto. Um dos livros mais vendidos no país é um guia ilustrado em mangás de orientação amorosa, do primeiro encontro ao sexo no casamento. O amor pelos travesseiros é uma fuga do mundo real. Alguns, como Nisan, mantêm um relacionamento monogâmico. Outros optam pela poligamia.
Nisan começou o namoro com Nemutan depois de levar um fora de uma namorada real. No final da conversa, a repórter do NYT pergunta se ele pretende se casar. Ele responde que sim. “Mas olhe para mim”, diz. “Como que uma pessoa que carrega isso pode se casar? As pessoas provavelmente ficam se perguntando como eu escapei do psiquiatra. Eu pensaria a mesma coisa se me visse na rua”. Ele termina dizendo que vive um conflito interno. Ao mesmo tempo em que precisa de Nemutan, sabe que ela repele mulheres reais, que ele tanto gostaria de namorar.
Nemutan é uma garota de dez ou doze anos. Uma ficção. Nisan sabe que ela não é real. Mas fica chocado quando a repórter questiona a natureza da relação. “Tenho sentimentos reais por ela”.
Você leu certo. Nisan é namorado de Nemu, uma almofada vestida com uma fronha com um personagem fictício. Nisan faz parte de um grupo crescente de adultos urbanos japoneses que nutre relações por esses travesseiros. O fenômeno começou a ser chamado de amor em “2D” (duas dimensões). É composto por adultos comuns, profissionais responsáveis, muitas vezes casados e seus travesseiros vestidos de personagens de mangás ou games famosos. Alguns fazem sexo com seus namorados virtuais.
Para os estudiosos do assunto, o amor em duas dimensões é um reflexo da dificuldade que os japoneses adultos têm de se relacionar hoje. Segundo uma pesquisa do governo, um quarto dos homens e mulheres entre 30 e 34 anos são virgens. Metade dos homens e mulheres não têm amigos do sexo oposto. Um dos livros mais vendidos no país é um guia ilustrado em mangás de orientação amorosa, do primeiro encontro ao sexo no casamento. O amor pelos travesseiros é uma fuga do mundo real. Alguns, como Nisan, mantêm um relacionamento monogâmico. Outros optam pela poligamia.
Nisan começou o namoro com Nemutan depois de levar um fora de uma namorada real. No final da conversa, a repórter do NYT pergunta se ele pretende se casar. Ele responde que sim. “Mas olhe para mim”, diz. “Como que uma pessoa que carrega isso pode se casar? As pessoas provavelmente ficam se perguntando como eu escapei do psiquiatra. Eu pensaria a mesma coisa se me visse na rua”. Ele termina dizendo que vive um conflito interno. Ao mesmo tempo em que precisa de Nemutan, sabe que ela repele mulheres reais, que ele tanto gostaria de namorar.