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    Protestos aumentam contra estrangeiros no Japão

    Mishima
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    Protestos aumentam contra estrangeiros no Japão Empty Protestos aumentam contra estrangeiros no Japão

    Mensagem  Mishima Ter Set 14, 2010 7:24 am

    Covardia! Extremistas japoneses racistas fazem manifestação anti-estrangeiros em frente a escola infantil!


    Por MARTIN FACKLER

    QUIOTO, Japão - O grupo de cerca de 12 japoneses, todos homens, se reuniu na frente do portão da escola e usou megafones para chamar os alunos de baratas e espiões coreanos.
    O episódio, em dezembro passado, foi a primeira de uma série de demonstrações na Escola Elementar Coreana Número 1, em Quioto, e chocou este país avesso a conflitos, onde se espera que até os manifestantes políticos mais radicais evitem envolver os cidadãos comuns, quanto mais crianças.
    Respondendo à indignação pública, a polícia deteve quatro dos manifestantes no mês passado.
    De modo mais significativo, os protestos indicaram o surgimento no Japão de um novo tipo de grupo ultranacionalista, abertamente antiestrangeiro em sua mensagem, e que não teme a chamar a atenção realizando manifestações de rua desordenadas.
    Os noticiários locais chamaram esses grupos de "extrema-direita da internet", porque são mais ou menos organizados através da rede e se reúnem só para demonstrações. Em outros momentos, são uma comunidade virtual que mantém seus próprios sites na web.
    Enquanto esses grupos permanecem um elemento marginal, pequeno apesar de ruidoso, conquistaram crescente atenção como um efeito colateral alarmante do longo declínio econômico e político do Japão. A maioria de seus membros parece ser rapazes, muitos dos quais detêm os empregos em tempo parcial e mal remunerados que proliferaram no país nos últimos anos.
    "Esses homens se sentem párias em sua própria sociedade", disse Kensuke Suzuki, professor de sociologia na Universidade Kwansei Gakuin. "Eles procuram alguém para culpar, e os estrangeiros são o alvo mais óbvio."
    O grupo maior parece se chamar Grupo de Cidadãos que Não Perdoam Privilégios Especiais para Coreanos no Japão, conhecido aqui pela abreviação em japonês, Zaitokukai, e tem aproximadamente 9 mil membros.
    O Zaitokukai adquiriu notoriedade no ano passado, quando armou protestos ruidosos na casa e na escola de uma garota filipina de 14 anos, exigindo sua deportação depois que seus pais foram enviados para seu país por causa de vistos vencidos. Mais recentemente, o grupo fez piquetes diante de cinemas que apresentavam "The Cove - A Baía da Vergonha", um documentário sobre a matança de golfinhos que os direitistas consideraram antijaponês.
    Em entrevistas, membros do Zaitokukai e outros grupos acusaram os estrangeiros, especialmente coreanos e chineses, pelo aumento da criminalidade e do desemprego no Japão, e também pelo que eles chamam de desprestígio do país no cenário mundial. Muitos parecem adotar teorias da conspiração tiradas da internet, de que a China ou os Estados Unidos planejam prejudicar o Japão.
    "O Japão tem uma torta que está encolhendo", disse Masaru Ota, 37, vendedor de equipamentos médicos que chefiou o capítulo local da Zaitokukai em Omiya, um subúrbio de Tóquio. "Devemos dividi-la com estrangeiros, em um momento em que os japoneses estão sofrendo?"
    Enquanto o Zaitokukai cresceu rapidamente desde sua criação, há três anos e meio, com apenas 25 membros, ainda é dirigido por seu fundador e presidente, um contador de 38 anos que usa o nome fictício de Makoto Sakurai. Ele chefia o grupo de seu pequeno escritório no bairro de eletrônicos Akihabara, em Tóquio. Diz que não são racistas e rejeita a comparação com os neonazistas. Em vez disso, disse que moldou o grupo em outro movimento político estrangeiro, o Tea Party dos Estados Unidos.
    Sakurai afirmou que estudou vídeos dos protestos do Tea Party e compartilha com esse grupo a revolta por seu país ter seguido na direção errada, porque caiu nas mãos de políticos de esquerda, da mídia liberal e de estrangeiros.
    Ele admitiu que a tática do grupo chocou muitos japoneses, mas disse que precisava chamar atenção.
    Também defendeu os protestos na escola coreana em Quioto como justificáveis, para se opor ao uso pela escola de um parque público próximo, que segundo ele pertence por direito às crianças japonesas.
    Professores e pais de alunos chamaram isso de desculpa esfarrapada para manifestar o que é na verdade um ódio racista.
    "Se o Japão não fizer algo para deter essa linguagem de ódio", disse Park Chung-ha, 43, que dirige a associação de mães da escola, "para onde irá depois?"

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/ny1309201007.htm


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